quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desenho Deitado

A organização de situações de aprendizagens orientadas ou que dependem de uma intervenção direta do professor permite que as crianças trabalhem diversos conhecimentos. Estas aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas dos professores mas, essencialmente na escuta das crianças e na compreensão do papel que desempenham a experimentação e o uso  na construção do conhecimento.
Uma parte significativa da auto-estima advém do êxito conseguido diante de diferentes tipos de desafios. Nesse sentido a obtenção de êxito por parte das crianças, na realização de algumas ações é um ponto que merece atenção. Para que se possa garantir que as crianças tenham êxito em suas ações é preciso conhecer as possibilidades de cada uma e delinear um planejamento que inclua ações ao mesmo tempo desafiadoras e possíveis de serem realizadas por elas.
Dessa forma propiciar situações em que as crianças possam fazer algumas coisas sozinhas, ou acompanhadas, deixá-las descobrir formas de resolver os problemas colocados, elogiar suas conquistas, explicitando a elas a avaliação de como seu crescimento tem trazido novas competências são algumas ações que auxiliam nossa tarefa...


Sempre que busco uma proposta diferente, procuro priorizar este aspecto, essa união do corpo com o fazer artístico. Atualmente, encontramos diversos livros e autores que enfatizam este olhar.

Anna Marie Holm já nos disse isso no livroBaby Art e Stela Barbieri nos reafirma essa união no livro Interações: Onde está a arte na infância?, de onde extraí este parágrafo:"Na arte contemporânea existe um espaço privilegiado para se discutir as questões relativas ao corpo. Muitas obras utilizam o corpo do artista e a percepção corpórea do espectador como partes de sua constituição. O corpo também é espaço privilegiado para as crianças pequenas. Para elas, nada é mais natural do que esperimentá-lo. É comum que queiram passar por lugares bem estreitinhos; se desafiar no espaço, experimentar seu corpo de outro jeito - as aulas de artes podem se tornar um espaço de experimentação."E é impressionante como atividades como essas dão certo, e as crianças, realmente aproveitam. Um dia, propus às crianças que fizéssemos desenhos debaixo da mesa. Exatamente lá, naquele lugar muitas vezes proibido.Coloquei papéis debaixo da mesa de forma bem simples, grudando-os com fita crepe.Comecei então falar um pouco sobre um artista chamado Michelangelo, que utilizava enormes andaimes para fazer seus desenhos e pinturas na Capela Cistina no teto.A partir daí então as crianças levantaram alguns questionamentos, como artista se posicionaria para desenhar no teto? qual material ele utilizava, pois a tinta podia pingar em seu rosto?Com exceção de bem poucos, todos se animaram em ficar debaixo da mesa, desenhando com o material escolhido por eles, o giz de cera.Para uns, o movimento era constante. Sai de uma mesa, troca de giz, entra em outra etc. Já outros, adoraram a possibilidade de desenhar deitado.E como professor também tem que ser o exemplo, lá fui pra debaixo da mesa depois que tirei as fotos pintar e me divertir junto com as crianças, foi demais...Recomendo!
                                                                                            Beijos Fernanda







Roda de Conversa: Visita de um Periquito

A Educação Infantil nos proporciona momentos de grandes descobertas, agradáveis, de medo e muitas surpresas.
E não posso negar que em todo meu planejamento e minha rotina tenho momentos ou situações que despertam em mim uma atração muito grande.
Uma delas com toda certeza são os momentos de roda de conversa, momento este que descubro o quanto o mundo infantil é rico em imaginação.
Durante as rodas de conversa percebo o quanto valorizar as crianças em suas pequenas falas torna-se um grandioso gesto de afeto e carinho.
Com isto venho proporcionando para este momento de conversa situações novas, desafiadoras e curiosas, acredito que surgirão bem mais idéias ainda mas as sugestões virão da própria conversa das crianças e o que mais despertar a curiosidade de cada um.
Aproveitando que esta semana tínhamos um passeio ao ar livre com a observação de diversos animais, comecei a pensar em algo disparador para a roda da conversa que fosse ainda mais além de imagens ou figuras.
Durante algumas conversas eu já havia levado o grupo para apreciar o canto dos pássaros e outros sons. E então me surgiu a idéia levar um pássaro para disparar nossa conversa...




Proporcionar momentos assim para o grupo só me deixam mais motivada a cada dia, e me faz perceber que abordar temas como preservação do meio ambiente com crianças tão pequenas é garantir ou pelo menos tentar um futuro melhor, onde teremos adultos mais críticos e racionais!

                                                                     Beijos Fernanda